Poesia terrena

Tudo que nesta vida é efêmero
Satisfazer os desejos não é mero
Prazer que leva ao pecado
Protege a vida do fado

Se vida pós-terrena é eterna
Não levo eu minhas conquistas
Tudo quanto é coisa tu confiscas
Ó morte, que a lembrança seja terna

Para que ser certo
Se além-morte é incerta?
Se a morte é perto
A porta da vida é frágil e aberta

Para tantos que sofrerem 
A vaidade é o fado
Para tantos que viverem
A matéria é o pecado

Ou não acho motivo ruim
Na vida que não seja a tristeza
Dá-se um jeito com a beleza
Da vida e morte, enfim.

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