Ano Perdido

 Se tem uma coisa que me apetece em demasia é apreciar meu blog. Uma espécie de narcisismo virtual. Percorro seus (in)existentes cantos e aprecio meu esforço em tê-lo deixado com a minha cara. E um desses passeios se dá pela seção de títulos, a qual é uma seção nostálgica, onde olhar pousa sobre cada tabela, cada ano, e resgata memórias, situações ligadas a cada obra presente ali. Mas há um buraco - um elo perdido - o ano de 2013. Não foi um ano em que deixei de escrever. Se tivesse o feito, não teria dois contos publicados na coletânea Poeta de Gaveta da Universidade de São Paulo. E também, apesar de publicado no presente ano de 2014, a obra Guerra Dolorosa e Celestial é pertencente ao seu anterior. 
  Ainda assim, quando penso o que fiz naqueles trezentos e sessenta e cinco dias, referindo-me a alguma produção de cunho cultural, de escrita pouco me recordo; em verdade, quase nada. O que me ocorre é que dei entrada em um mundo tão maluco quanto o de nossa querida Alice - ou seria de Lewis Caroll? Transferir aquilo que se imagina em palavras se torna muito mais difícil quando se trata de transformá-las em cenas, atentando-se em transmitir as mesmas emoções e ideias. E as tenho em meus cadernos de desenhos, surrados de tantas tentativas em aprender a traçar corretamente. Mesmo com as memórias em mãos, não vêm a minha cabeça; um ano mentalmente esquecido.

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