Ah, os humanos....

  Esses vampiros não eram dotados de fotofobia, nem possuíam dentes, mas sugavam a vitalidade que fluía por entre os tempos. Mas o ser resistia e dava-lhes todos os elementos necessários para a confecção de uma felicidade verdadeira. Eles aceitavam, mas continuavam lhe sugando.
  Não por modéstia. Mas a minha pessoa é dessa espécie e baixa é a intensão de sua atividade. É verdade incontestável a incontestável a inerência da mesma, mas não só a mim como a todos os seres. Não obstante, faz-se somente o necessário para a sobrevivência, diferentemente dos sombrios sugadores. Deixavam sua mãe doente com tanta bagunça. briga e ganância. Toda sua energia era materializada, comercializada e descartada, sem reutilização.
  Um dia, quase sem forças, a grande mãe confeccionou um dispositivo - pequeno, mas biologicamente funcionável - e instalou-o em uma de suas feridas. Quando seus filhos - ingratos! - sugaram-na novamente, adquiriram exemplares do biodispositivo, o qual foi responsável pela autodestruição dessa espécie maldita, pois passaram a sugar uns aos outros, mais específicamente a inteligência de cada um.
  Sobrei. Não por nada, mas é que fui mimada pela grande mãe e confesso que ajudei a assassinar meus irmãos: trabalho com genética, microbiologia e vírus.

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